domingo, 26 de junho de 2011



E são aqueles... Crianças, adolescentes, adultos que por algum motivos encontram hospitalizados aguardando a Saúde se manifestar em um ato de melhora e conquista. Para aqueles e esses, a espera é longa. Porém pode ser alegrada e confiante com o apoio de todos aqueles envolvidos na educação e na saúde. Humanizar o ambiente hospitalar é nossa nova meta! Foco! Desejo! 
Levar para aqueles um sorriso é um grande presente! 


O que desejo? Que seja doce! Sempre doce! 
Doce de sorrisos, doce de amor, doce de carinho e doce de Vida! 


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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Aquilo que o coração Ama fica Eterno...

... Esta é uma frase de Rubem Alves, nascido ao Sul de Minas Gerais, na cidade de Boa Esperança. Tenho imensa admiração por este ser Humano! Em sua essência o Amor pela educação! Suas obras são repletas de ensinamentos, reflexões, depoimentos, contos e Vida! Tem um conto que sempre me lembro e nele inspiro muitos momentos de minha Vida! "A Menina e o Pássaro Encantado". Vale a pena a leitura!

 A menina e o pássaro encantado
Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.
Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.
Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão-se embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades… As suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão…
 Menina, eu venho das montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que vi, como presente para ti…
E, assim, ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.
Outra vez voltou vermelho como o fogo, penacho dourado na cabeça.
 Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. As minhas penas ficaram como aquele sol, e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.
E de novo começavam as histórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isto voltava sempre.
Mas chegava a hora da tristeza.
 Tenho de ir  dizia.
 Por favor, não vás. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar…— E a menina fazia beicinho…
— Eu também terei saudades  dizia o pássaro. — Eu também vou chorar. Mas vou contar-te um segredo: as plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios… E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera do regresso, que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E tu deixarás de me amar.
Assim, ele partiu. A menina, sozinha, chorava à noite de tristeza, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa dessas noites que ela teve uma ideia malvada: “Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá. Será meu para sempre. Não mais terei saudades. E ficarei feliz…”
Com estes pensamentos, comprou uma linda gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Ele chegou finalmente, maravilhoso nas suas novas cores, com histórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.
Acordou de madrugada, com um gemido do pássaro…
 Ah! menina… O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto. As minhas penas ficarão feias e eu esquecer-me-ei das histórias… Sem a saudade, o amor ir-se-á embora…
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas não foi isto que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.
Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu amigo…
Até que não aguentou mais.
Abriu a porta da gaiola.
 Podes ir, pássaro. Volta quando quiseres…
 Obrigado, menina. Tenho de partir. E preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro de nós. Sempre que ficares com saudade, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudade, tu ficarás mais bonita. E enfeitar-te-ás, para me esperar…
E partiu. Voou que voou, para lugares distantes. A menina contava os dias, e a cada dia que passava a saudade crescia.
 Que bom  pensava ela  o meu pássaro está a ficar encantado de novo…
E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra.
 Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje…
Sem que ela se apercebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro. Porque ele deveria estar a voar de qualquer lado e de qualquer lado haveria de voltar. Ah!
Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama…
E foi assim que ela, cada noite, ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento: “Quem sabe se ele voltará amanhã….”
E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.
* * *
Neste conto, duas pessoas que se amam, mas um dia falam o "Adeus", e vivem na Saudade! Aquele imenso vazio da Ausência. A Ausência enche todos os lugares e espaços, dentro e fora da gente! Seria bom se não existisse despedidas. Até pensamos em prender aqueles que amamos em gaiolas... Mas hoje sei que a SAUDADE é o que torna as pessoas encantadas... Com a Saudade o desejo cresce! E quando o desejo é bem grande, os abraços são bem maiores e longos!
Quando tenho Saudades, o coração se prepara para aquele Abraço confortante, saudoso, delicioso e infinito. Existem abraços que duram para sempre! 
Pessoas que são eternas...
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Para uma pequena criança, o abraço torna o dia mais acolhedor e infinito de alegrias! Que os nossos pássaros sejam bem coloridos, repletos de vida, de emoção e viagens! Que cheguem em voos rasantes nos trazendo infinitas alegrias e sorrisos! 
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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Pedagogia Hospitalar

Durante longos anos, sempre apreciei o trabalho realizados pelos Doutores da Alegria. Um trabalho humano de entrar nos hospitais levando sorrisos, alegria e descontração para o ambiente hospitalar. Em tempos de faculdade, tive o prazer de realizar um curso em Pedagogia Hospitalar, e foi amor a primeira vista. Tive algumas experiências no Hospital Pequeno Príncipe, na contação de histórias e sala de espera. De lá pra cá, se passaram alguns anos, e hoje estou cursando especialização nesta área da Pedagogia Hospitalar! Ao meu lado, queridas colegas-amigas-parceiras que dividimos em tão pouco tempo olhares de dúvida, compaixão, interesse e parceria mútua. Já estamos sabendo que não será fácil esta nossa nova "empreitada"! Mas temos a certeza de que valerá a pena. Temos o privilegio de ter uma coordenadora experiente na área e que fala com muita propriedade e muito amor sobre o "Viver Hospitalar", Elizete Lucia Moreira Matos, vem sendo nossa inspiradora e motivadora dia-a-dia de nossos primeiros passos nesta conquista. EDUCAÇÃO faz parte de nossas vidas! Somos educadoras, psicologas, enfermeiras, mães, mulheres, amigas. SAÚDE é nosso bem estar de amar o que fazemos, AMOR por todos aqueles que teremos o privilegio de estender a mão e mostrar que o mundo é belo, e a vida é rara e a CONQUISTA da dádiva da vida! Aqui inicia um novo projeto, sonho com os pés no chão, uma nova paixão! Somos nós, de mãos dadas na conquista desta nova realidade Humana de nossa cidade, a Classe Hospitalar!


O elo entre educação e saúde, Pedagogia Hospitalar. Plantando uma nova sementinha!
"O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérprete de sonho."
(Rubem Alves)